A Ford não quer ficar para trás na corrida aos elétricos baratos e já tem equipa a desenvolver o futuro modelo.

Produzir elétricos baratos e garantir margens de lucro competitivas é uma espécie de «santo graal» da indústria automóvel atual. Já são vários os fabricantes que estão a perseguir esse objetivo e a Ford não quer ficar para trás.
De acordo com a Bloomberg, a marca americana colocou em «pausa» o desenvolvimento de um SUV elétrico de grandes dimensões (três filas de bancos), para concentrar os seus esforços no desenvolvimento de um elétrico compacto por menos de 25 mil euros.
Na realidade, este projeto teve início há dois anos, quando Jim Farley, diretor executivo da Ford, decidiu formar uma equipa específica para este projeto — ao estilo de uma skunk works —, que tem como líder Alan Clarke, o líder de desenvolvimento do Tesla Model Y.
O que já sabemos?
Além do preço-alvo, não existem ainda muitas informações concretas. Está previsto chegar em 2026 e assumirá o formato de um crossover compacto.
Irá recorrer inicialmente a baterias LFP (fosfato de ferro-lítio), que são até 30% mais baratas que as baterias de iões de lítio NMC (níquel, manganês, cobalto). Porém estão a ser exploradas outras tecnologias, como as baterias de sódio, que são ainda mais baratas.
Os rumores indicam que este elétrico barato da Ford tem o futuro Tesla Model 2 (designação final por confirmar) como um dos seus principais alvos, apesar, de momento, também não se saber muito sobre este modelo.
Caso se confirme esse rumor, esta proposta da Ford poderá posicionar-se no segmento C, o dos familiares compactos, e não no dos utilitários ou citadinos.
Até porque o crossover compacto elétrico é apenas o início: será seguido por uma pick-up e de um veículo para serviços de ride-hailing (TVDE), ainda de acordo com a Bloomberg.
«Demasiado otimistas»
Uma das razões para esta mudança algo radical de curso — de um SUV tamanho XL para um crossover compacto —, é dada por Jim Farley que reconhece terem sido “demasiado otimistas” em relação à procura por modelos elétricos maiores e mais premium.
Apesar de inicialmente se ter registado um interesse elevado e consequente procura por este tipo de modelos, deveu-se às condições de crédito favoráveis antes da pandemia e à crise dos chips no pós-pandemia, que fez disparar a procura.
A Ford chegou à conclusão que após esse grupo inicial de clientes estar satisfeito — querem ser os primeiros a ter as novidades —, os clientes convencionais não estão dispostos a pagar «mundos e fundos» para mudar para um elétrico.