Desafios e Oportunidades no Mercado em Estagnação
As vendas de veículos elétricos (VE) têm experimentado uma desaceleração em 2024, após anos de rápido crescimento. Isto é preocupante para os governos que pretendem atingir metas climáticas, uma vez que o transporte rodoviário contribui com 12% das emissões globais. A questão agora é saber se esta é uma situação temporária ou um problema mais duradouro.
Em 2020, havia 10 milhões de VEs em circulação. Em 2023, este número aumentou para 45 milhões. No entanto, para cumprir as metas climáticas, a Agência Internacional de Energia (AIE) afirma que será necessário haver 790 milhões de VEs até 2035, o que implica um crescimento anual de 27%.
As vendas globais do maior fabricante de VEs do mundo, a Tesla, foram menores no primeiro trimestre de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023. O maior fabricante de VEs da China, BYD, também observou uma desaceleração entre janeiro e março. As vendas de VEs na Europa caíram mais de 10% ano a ano no último trimestre de 2023, embora no Reino Unido as vendas totais estejam em alta.
No Reino Unido, analistas afirmam que as fortes vendas de VEs nos últimos anos foram impulsionadas por compras de carros de empresas, graças a generosos benefícios fiscais. No entanto, o mercado doméstico tem-se revelado mais difícil de conquistar, principalmente devido ao elevado custo dos VEs. O preço médio de um novo VE nos EUA é superior a $60.000 (47.433€). Os preços são igualmente elevados na Europa e no Reino Unido.
Por outro lado, os subsídios estatais e as maiores eficiências de produção fazem com que o custo médio para um consumidor chinês seja de apenas $30.000, e o hatchback Seagull da BYD é vendido por menos de $10.000.
Os políticos europeus e norte-americanos enfrentam um dilema. Querem VEs mais baratos para facilitar a transição climática, mas não à custa de prejudicar os seus próprios fabricantes de automóveis, como a Ford e a Volkswagen, e os empregos locais. Na verdade, o debate atual é sobre aumentar tarifas e outras barreiras comerciais para manter fora os VEs ultracompetitivos chineses.
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