A inflação de fevereiro abrandou para 2,1%, mas o preço da luz ficou mais elevado.
A taxa de inflação homóloga em Portugal abrandou para os 2,1% em fevereiro, revelou o Instituto Nacional de Estatística, confirmando a descida de 0,2 pontos percentuais em relação a janeiro, mas a pressão sobre a carteira das famílias mantém-se elevada, sobretudo no que à alimentação e energia diz respeito. Os números do INE mostram que os preços da eletricidade aumentaram 18,3% e o dos combustíveis 3,4%, comparativamente a fevereiro de 2023. Em sentido contrário, destaque para a descida de 18,7% do preço do gás.
Não admira, por isso, que a variação do Índice de Preços no Consumidor (IPC) relativo aos produtos energéticos tenha aumentado para 4,3%, enquanto o dos produtos alimentares não transformados desacelerou para 0,8%, “parcialmente em consequência do efeito de base associado ao aumento de preços registado em fevereiro de 2023”, lembra o INE. Ou seja, perante subidas tão elevadas de preços em fevereiro do ano passado, os aumentos atuais acabam por se notar menos.

Em termos de produtos, diz o INE que as classes que mais contribuíram, em fevereiro, para a subida homóloga da inflação foram a Habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis, com um aumento de 5,7%; os Restaurantes e hotéis, que registaram um agravamento de 6,1%; e os Transportes, cujos preços sofreram um agravamento de 3,18% face a fevereiro de 2023.
Mas um olhar mais fino sobre o IPC permite-nos perceber que as rendas, em Portugal, cresceram 6,5%, enquanto o preço da água e do saneamento subiu 4,25% e 2,78%, respetivamente, e o custo da recolha de lixo se agravou 11,9%.