Impacto nos Jovens e Variações de Benefícios de Acordo com os Rendimentos
Novo IRS Jovem favorece aqueles com rendimentos mais elevados Será concedida uma isenção total de imposto no primeiro ano de descontos. Posteriormente, a taxa máxima de IRS será de 15% até aos 35 anos. Em comparação com a medida do PS, as novas regras irão favorecer aqueles com rendimentos mais elevados.
O tão aguardado alívio até ao oitavo escalão será alcançado através da redução das taxas de IRS. Prevê-se que sejam aprovadas ainda esta semana as novas regras do IRS Jovem, dirigidas a contribuintes até aos 35 anos. Tudo indica que os mais beneficiados serão aqueles com rendimentos mais altos.
Os jovens até aos 35 anos irão ainda usufruir de uma redução de dois terços nessas taxas. Isso significa que até ao oitavo escalão, nenhum jovem pagará mais de 15% de imposto.
A questão que se coloca é se este regime é mais ou menos benéfico do que o anterior, uma vez que atualmente já existe um IRS Jovem que também se aplica até aos 35 anos. No entanto, as regras são diferentes.
Enquanto a medida em vigor do governo do PS se aplica apenas durante cinco anos, a do PSD não terá limite de duração, apenas de idade, os 35 anos.
Com o regime atual, no primeiro ano, os jovens estão isentos de impostos e, nos anos seguintes, o benefício varia entre os 75% e os 25% até ao quinto ano.
Com o regime do PSD, o benefício é constante durante todos os anos de aplicação da medida, a menos que o rendimento mude e, consequentemente, o jovem mude de escalão e pague uma taxa diferente.
Ou seja, depende do rendimento para determinar quem beneficia ou perde com a alteração da medida.
O que podemos esperar do programa do novo Governo?
As maiores diferenças para quem ganha 2.000 euros
Para um jovem com um rendimento mensal médio de 1.000 euros, no primeiro ano o benefício é o mesmo: não pagam IRS, seja com uma medida ou outra. Mas a partir daí, há diferenças. Nos três anos seguintes, perde cerca de 300 euros com o regime do novo Governo, em comparação com o atual. Só a partir do quinto ano é que começa a ganhar.
No caso de um salário mensal de 1.500 euros, no primeiro ano também tudo permanece igual. No segundo ano, perde com a alteração da medida, mas a partir daí ganha sempre. No final dos cinco anos, após o cálculo entre o que ganhou e perdeu, a medida do PSD proporciona mais de 700 euros.
E para um jovem com rendimento médio de 2.000 euros, o benefício é ainda maior. A partir do segundo ano, está sempre em vantagem. Com a alteração do regime, ganhará mais 4.700 euros nesses cinco anos.
Portanto, o novo IRS Jovem que será aprovado esta semana em Conselho de Ministros, acabará por ser mais vantajoso para aqueles com salários mais altos. Por outro lado, para aqueles com rendimentos mais baixos, poderá só compensar cinco anos depois, se até então ainda não atingiram os 35 anos.
É necessário também compreender quais serão as regras de acesso. O Governo tem mencionado todos os jovens, mas o regime atual exige o cumprimento de alguns critérios, como as qualificações e há quanto tempo terminaram os estudos.